O Sagrado Coração de Jesus
Nos momentos de emoção, nosso coração, bate mais forte e, às vezes, até dispara, podendo até nos trazer complicações. Por isso mesmo, o coração sempre foi considerado a sede das emoções, especialmente do amor.
Por ser um órgão tão importante e responsável pela circulação sanguínea, condição "sine qua non" para que a vida circule no nosso corpo, o coração passou a ser a fonte da vida e do amor. Hoje, porém, se sabe que o centro de comando não é o coração, mas o cérebro, tanto que, para se ter certeza de que um corpo não tem mais vida, o critério usado é o da morte cerebral. Mas convencionou-se que o coração é que é a sede das emoções e o ninho do amor, e temos de conviver que isto se tornou uma convicção universal. Quando se quer dizer que uma pessoa é boa, diz-se que tem um bom coração.

Falar portanto, do Coração de Jesus, é falar da própria pessoa de Jesus, é falar da própria pessoa de Jesus, que é a encarnação do Amor e da Misericórdia do Pai.
Jesus nos diz: "Se alguém tiver sede, venha a mim e beba. Quem crer em mim, do seu interior manarão rios de água viva" (Jo 7, 37-38). E ainda de acordo com o evangelista São João, "um dos soldados abriu-lhe o lado com a lança, e imediatamente saiu sangue e água" (Jo 19, 34). Impelido pelo mais extremado amor, Jesus derramou todo o sangue, até a última gota, pela vida da sua Igreja. "Ele que amara os seus, amou-os até o extremo" (Jo 13, 1). Como num processo de transfusão, todo o sangue de Jesus foi transferido para a Igreja que nascia de seu Coração transpassado.
Este é o preço da nossa redenção: daquela fonte divina se nutrem os sacramentos, e dela auferem o poder de conferir a vida da graça e se tornar para aqueles que vivem em Cristo uma fonte de água viva que jorra para a eternidade.
Amor tão estremado espera de nós uma resposta de amor, muito mais que práticas rotineiras de devoção. Mas nem sempre nossa fé e nossos valores cristãos são o motivo mais profundo de nossas decisões. Muitas vezes somos medrosos, vacilantes e tíbios (mornos), e preferimos ficar em cima do muro. Mas o amor de Cristo é tão grande que encontra caminho também para os fracos, os indecisos, os "sem vontade", os tíbios.
Cristo mesmo disse que veio trazer fogo à terra, e quer muito mesmo, que ele arda. Se não tivermos mais forças, se não tivermos mais vontade, basta aceitar que Ele nos ame e ascenda em nós o fogo do seu Espírito. É só chegar perto e deixar-se amar. Se tivermos apenas coragem suficiente para deixa-lo entrar, Ele virá com a força do seu Espírito, que é a vida nova, luz, alegria, força, coragem, fogo. Jesus quer que os indecisos, os desanimados e os tíbios voltem a ser amigos seus. E o milagre poderá acontecer. Basta que tenhamos fé, ainda que do tamanho de uma semente de mostarda. E eu creio que todos nós temos, pelo menos, uma sementinha de mostarda em nossa bagagem.
Anderson Felipe - Missionário - MDJ